No livro de ficção “Os desafios da terapia” do psiquiatra Irvin Yalom, ele discute alguns relacionamentos padrões e reais entre terapeuta e pacientes.
Ainda no início do livro, ele conta a história de uma paciente que tinha um relacionamento difícil com o pai. Quase nunca conversavam, mas surgiu a oportunidade de viajarem juntos de carro e ela imaginou que seria um bom momento para se aproximarem. Durante o trajeto, o pai, que estava na direção, comentou sobre a sujeira e degradação de um córrego que acompanhava a estrada.
A garota olhou para o córrego a seu lado e viu águas límpidas, um cenário de Walt Disney. E teve a certeza de que ela e o pai realmente não tinham a mesma visão da vida. Seguiria a viagem sem trocar uma palavra.
Muitos anos depois, essa mulher fez a mesma viagem, pela mesma estrada, desta vez com uma amiga. Estando agora no volante, ela surpreendeu-se: do lado esquerdo, o córrego era realmente feio e poluído, como seu pai havia descrito, ao contrário do belo córrego que ficava do lado direito da pista. E uma tristeza profunda abateu sobre ela por não ter levado em consideração o então comentário do seu pai, que a esta altura já havia falecido.
Parece uma parábola, mas acontece todo dia: a gente só tem olhos para o que mostra nossa janela, nunca a janela do outro. O que a gente vê, é o que vale, não importa que alguém bem perto esteja vendo algo diferente. A mesma estrada, para uns, é infinita, e para outros, curta. Para uns, o pedágio sai caro, para outros, não pesa no bolso.
Boa parte dos brasileiros acredita que o país está melhorando, enquanto que a outra perdeu totalmente a esperança. Alguns celebram a tecnologia como um fator evolutivo da sociedade, outros lamentam que as relações humanas estejam tão frias. Uns enxergam nossa cultura estagnada, outros aplaudem a crescente diversidade. Cada um gruda o nariz na sua janela, na sua própria paisagem.
Eu costumo dar uma espiada no ângulo de visão do vizinho. Me deixa menos enclausurada nos meus próprios pontos de vista, mas, em contrapartida, me tira a certeza de tudo.
Dependendo de onde se esteja posicionado, a razão pode estar do nosso lado, mas a perderemos assim que trocarmos de lugar. Só possuindo uma visão de 360 graus para nos declararmos sábios. E a sabedoria recomenda que falemos menos, que batamos menos o martelo e que sejamos menos enfáticos, pois todos estão certos e todos estão errados em algum aspecto da análise.
É o triunfo da dúvida.
Vale a pena pensar nisso!!
(Martha Medeiros)
Lindo texto reflexivo.Bela escolha minha amiga.Na vida existe sempre duas verdades, a nossa e a do outro.
ResponderExcluirRelembrar o coração de que " a sabedoria recomenda que falemos menos, que batamos menos o martelo e que sejamos menos enfáticos, pois todos estão certos e todos estão errados em algum aspecto da análise." faz bem.Que assim seja.Bjs Eloah
Oi minha miguxa Eloah! Vc como sempre me alegrando com seus comentários! Vc é demais! Bjus no seu coração!
ExcluirOlha amiga li no dia certo e na hora certa sua mensagem...Mas cm é dificil...
ExcluirÉ MESMO MIGAAA.... DIFÍCIL!!!! MAS É FÁCIL ALEGRAR-ME COM SUA VISITINHA E SUA AMIZADE! bJUS!!!
ResponderExcluirQuerida,Feliz Páscoa!
ResponderExcluirPáscoa nos lembra renascimento, recomeço e uma nova chance. Que a alegria da Páscoa invada o seu coração e o daqueles a quem ama, e faça deste momento um espaço de reflexão de amor e de paz. Bjs Eloah
Oi poetisa linda!! Sabe, não consigo deixar comentário em seu blog! Dá sempre erro na página. Fico triste... pois vc é muito carinhosa e especial! Vou lá, leio suas mensagens ... alimento o espírito... e não consigo deixar nada escrito. Bjus no seu coração!
ExcluirPARABÉNS!!!
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